Nota da autora.. (achei chique isso)

O marcador Diary se trata de uma história que será contada por post's, cada postagem será numerada para facilitar a leitura na ordem correta. Por enquanto estamos no capítulo 1 (o primeiro número se refere ao capítulo), o segundo número é o número da ordem da postagem, Ex: 1.1 .... 1.2 etc..
Os demais marcadores não terão, exatamente, relação com a enredo de Diary, mas lembre-se, quem irá escreve-los é a mesma persona principal desta história.
Beijinhos!!




terça-feira, 23 de janeiro de 2018


Sentei no refeitório da faculdade, o lanche sem graça de peito de peru provavelmente não iria matar minha fome.. mas abstrai Rave, abstrai, afinal não queria perder peso?!

Eu estava de mangas longas mesmo naquele calor infernal, minhas cicatrizes estavam avermelhadas, culpa do produto de limpeza que tinha usado no dia anterior para limpar a casa, eu não gostava delas, elas me lembravam ele, me lembravam o quanto louca eu podia ser.

O livro de Platão já estava na metade, havia lido rápido, gostava disso..

Foi quando ele entrou, o outro "ele", o atual ele, aquele presente em meus sonhos lascivos e imaginários. Ela estava andando junto com ele, a mulher que qualquer uma gostaria de ser, sim, muitas vezes pensamos que a grama do vizinho é mais verde, mas ninguém sabia realmente o que havia abaixo dela.

Ela estava rindo, era linda, quando passaram por mim ela me encarou de relance e por um instante a vi vacilar, olhar para mim a fazia lembrar dele, o outro, aquele do passado, e lembrar dele para ela, era uma tortura. Ela respirou fundo e disfarçou, eu simplesmente me resignei ao meu livro e meu simples sanduíche.

O sinal estava para tocar quando me levantei, a desastrada que sempre caminha com os pés tão longe da cabeça que sempre está nas nuvens não notou ele cruzar seu caminho.
E em um piscar de olhos.. os livros estavam esparramados pelo chão, respirei fundo preste a xingar quando o notei, seus olhos negros puxados, presentes de sua descendência oriental me encaravam surpresos e divertidos, e ela, bem ao seu lado me encarou com raiva e desdém.

Acredito que ela sabia sobre minha queda por ele... ela sorriu com cinismo me analisando de cima a baixo... ela com certeza sabia da minha queda por ele, seria a sua vingança sobre os problemas passados? Seria ele o objetivo de ambas já que ele lembrava aquele homem que arrasou com suas vidas mas eram doentes o bastante para não conseguir esquece-lo e ainda buscar por ele entre as pessoas da multidão?!

Enfim, não sei, é difícil pensar, pedi desculpas, ele disse "Tudo bem, não foi nada" e sorriu..
Eu bambeei..
Eu me virei... e sai o mais depressa possível dali, não podia deixar aquele sentimento ir longe demais... se fosse, o que aconteceria se o meu passado voltasse? 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018


Hoje eu não tive uma boa noite de sono, é a segunda vez que sonho com ele, deve ter sido por causa da noite passada quando o vi.
Eu estava sentada no bar sozinha tomando meu terceiro drink quando ele entrou pela porta, o encarei por um longo momento antes de voltar para a realidade, até parecia que o tempo estava em câmera lenta, me senti em um drama coreano bem naqueles momentos clichês que todo mundo ama.
O cabelo dele estava desarrumado, do tipo quando a pessoa corre no meio da chuva para pegar o ônibus, seu peito estava arfante, por um instante imaginei os botões daquela camisa preta se desprendendo o deixando exposto.

Talvez já estava na hora de eu parar de beber.

Talvez eu devesse continuar e quem sabe, arranjar coragem para chegar nele, foi então que eu lembrei que era covarde demais para fazer isso, mesmo estando bêbada.

Como sempre ele nem sequer me reparou, olhou para o balção do bar sorridente, ele conhecia o garçom de lá, pelo que pude observar eram amigos a muito tempo. O observei tomar uma caneca de chopp em dois goles e me perguntei porque será que ele estava tão sedento.

Ele despertava esses questionamentos dentro de mim, coisas irracionais, sem sentido.

E eu me alimentava dessa expectativa como um vampiro, a abstração da vida alheia me distraia.

Fui embora logo depois e para meu azar esbarrei com um dos amigos dele na entrada, tal situação terminou  comigo pedindo desculpas por ter derramado o vinho em sua blusa e ele me encarando com curiosidade do outro lado do bar enquanto observava a cena.

Saí apressada com o rosto em fogo, seu amigo não ficou bravo, apenas me acenou com a cabeça no clássico modo asiático. Corri em direção ao metrô antes que minhas pernas bambas pela a bebida travassem de vez e eu perdesse o rumo de casa.

Eu realmente queria que ele me notasse, porém odiava o fato de o querer tanto.

Encarei minhas mão observando as marcas em cada uma delas rente ao pulso, já fui julgada tantas vezes por te-las, alguns me encaram com um misto de dó, outros de desprezo e pela minha família, desapontamento.. mas ninguém sabe.. ninguém nunca vai saber o que é se apaixonar pelo próprio diabo...

terça-feira, 16 de janeiro de 2018


Sumi...
Sabe tenho essa péssima mania, quando vejo que estou caindo, cansada ou simplesmente puta, me isolo.
Na verdade, pensando bem, e uma boa coisa, porque acredite meu bem, você não vai querer estar ao meu lado quando eu tiver um desses acessos.
Nestas semanas de reflexão  e pura procrastinação me deparei rindo de algumas frases de auto-ajuda de pessoas famosas em seus lares perfeitos e corpos esculturais onde vivem a mostrar o quão realizados são, incólumes de quaisquer defeitos, afinal, mostrar a sua persona real hoje em dia não é algo bem aceito por nossa digníssima sociedade.
Calma corvinhos, não estou criticando desta forma descontrolada e invejosa que muitos fazem hoje em dia, estou apenas levantando uma questão que não queremos encarar..
Vivemos em um mundo fake..
Vivemos em relacionamentos fake...
Vivemos de imagens irreais, de sonhos implantados, de necessidades fúteis..

Foi então que me deparei com a palavra Resiliência e comecei a rir..

Desculpem meu cinismo, mas por já ter visto demais sei que ela já perdeu seu significado, assim como o eu te amo dado para apenas uma noite de transa...

Resiliência, na minha opinião, é deixar de ser, de ser tudo, sempre acima, sempre mais..
Resiliência é ser equilíbrio, e o seu yin e yang, é ser menos, ser pequeno porém saber lidar com isso, é ser grande, e sempre mais, porém não ser envenenado por isso...
Resiliência não é esconder todo aquele medo e frustração atras de um falso sorriso e uma foto estonteante...
Resiliência não é fugir, fingir, contornar, guardar muito menos esconder... é lidar, lidar com a realidade, com você mesmo, com um mundo ao seu redor, porém não se deixar por ele ser levado.

Estamos tão desesperados em Ser, ser alguém desejável para que o outro possa te amar...
Ser bem sucedido para que o outro possa ver..
Ser bonito para que o outro o admire...
Ser.. ser e ser...
Talvez devemos simplesmente deixar de ser aquilo pelo qual acredita que o fará feliz, e passar a ser aquilo que lhe traz a efetiva felicidade e realização... não pelos olhos de outro, mas pelo seu.

E então nesse intrincado pensamento lembro-me de certas palavras que ouvi aos 14 anos e que continuaram na minha mente me alertando... 
Pane no sistema, alguém me desconfigurou

Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, sim senhor, não senhor, sim senhor


Saudações a Pitty, minha eterna musa!!
Desejo a todos boas vibrações, é que os deuses lhe guiem pelo caminho.

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