Maybe I'll go to Hell

Nota da autora.. (achei chique isso)

O marcador Diary se trata de uma história que será contada por post's, cada postagem será numerada para facilitar a leitura na ordem correta. Por enquanto estamos no capítulo 1 (o primeiro número se refere ao capítulo), o segundo número é o número da ordem da postagem, Ex: 1.1 .... 1.2 etc..
Os demais marcadores não terão, exatamente, relação com a enredo de Diary, mas lembre-se, quem irá escreve-los é a mesma persona principal desta história.
Beijinhos!!




sexta-feira, 24 de janeiro de 2020



O celular tocou, já era a quarta vez naquele dia...
Eu me escondi por entre as cobertas, fugindo daquele som, não conseguia colocar no silencioso, não conseguia bloqueá-lo.
Já fazia três anos que não nos falávamos, eu pensei que ele tinha me esquecido, pensei que nossa história havia sido soprada pelo vento do esquecimentos carregando toda aquela merda junto com ela.
Mas ele não havia me esquecido...
Do mesmo modo que eu também fui incapaz de esquece-lo...
Assim são os relacionamentos tóxicos, é como uma droga, você sabe que aquilo te faz mal, você sabe que depois vai se arrepender, que vai se machucar, mas você simplesmente não consegue evitar.

Você o ama, e o que seu coração diz quando palpita como um louco galopando, ah ele é um garanhão de raça.
Você precisa dele, é o que sua mente diz temendo os efeitos da abstinência.
Você necessita dele, é o que o seu corpo diz na ânsia de se sentir tocado por aquelas mãos...

Eu lhe garanto, não sou um modelo a ser seguido, não sirvo para dar concelhos, meu teto de vidro é fino demais para dar uma de sábia e equilibrada.
Mas de uma coisa eu sei, eu sei o que é amar, eu sei o que se perder dentro desse sentimento, e sei o que o ser humano é capaz de se tornar ao senti-lo.
Não nascemos monstros, nós os criamos dentro de nós e o deixamos nos devorar.
Eu era uma pessoa particularmente tranquila, família estável, criada dentro de uma igreja cristã, boa aluna e desempenho satisfatório em todas as áreas, tudo mudou quando o conheci.
Agora me pergunte, foi culpa dele? Não, não foi, não acredito nessas desculpas que as pessoas dão para justificar seus erros, as consequências desastrosas que ocorrem em nossa advém de nós, de nossas escolhas, e ele, sim, foi ele quem eu escolhi.

Não reclame, repito para mim mesma, se reclamar estará sendo ingrata, você tem uma vida! Agradeça por isso!
Mas não quero sobreviver, EU QUERO VIVER!

A primeira vez que nos encontramos foi um acidente eu juro, naquela época não tinha ideia de quem ele era, o que ele representava, nem o poder que tinha..
Homens poderosos são complicados, eles sempre tem o que querem, estão acostumados a isto, não sabem o que é um não, mesmo se você é uma pessoa, se ele colocar o olho em você e quere-la, ele vai fazer de tudo para tal, como se você fosse um objeto, um novo brinquedo sedutor e reluzente.
Você passa a ser a nova Ferrari, o novo desejo.
Ele vai querer te-la...
E que deus me perdoe, eu gostei disso, eu adorei ser objeto de uma obsessão, de uma busca implacável...
Me tornei a pessoa mais desejada, você sabe como é essa sensação?! Você é um centro de tudo, parece que sua vida é a unica que importa, você simplesmente É.
É um veneno delicioso, viciante, você se alimenta como se fosse a própria seiva da vida, não consegue mais se ver sem aquilo, você se torna aquilo.
Ele me fez sentir assim, como uma montanha russo ao som de Beethoven, viajei naquela insanidade de sentimentos e sensações.
Você me deu tudo, a terra, o céu... e também o inferno... e querido... até hoje não saí dele, e você nem ao menos esta aqui para ver o restos mortais.
Faz sentido?
Deseja-lo nesse momento mesmo sendo você o motivo de tudo isso?

Eu não sei.. simplesmente não sei.

Desliguei o celular, não aguentava mais ouvi-lo tocar, seus cães estão atras de mim. Eu fujo? Ou me entrego?
Deitei na cama abrindo a Netflix, o sangue de Ragnar descia em uma das muitas cenas de luta de Vikings, observei o falso liquido vermelho descer de forma expressa e corrente... fechei os olhos lembrando.

Eu estava sentada em uma das mesas da boate nova, ela estava na moda, apinhada de gente o ritmo pungente e eletrônico tocava alto, fazendo a bebida em meu sangue subir em um nível alucinante.
Descartei os saltos embaixo da mesa e fui para pista descalça.
Em um dos giros eu notei algo... uma turma de uns sete caras estava na lateral em um dos grandiosos camarotes, eles na verdade chamavam a atenção de muitos.
Altos, asiáticos, roupas caras, tons neutros e escuros, na mesa estava as bebidas mais caras junto a maços de cigarros que eram rapidamente consumidos pelo cara com as laterais da cabeça raspada com um coque samurai no alto.
No meio deles você estava, sentado observando o lugar com um olhar vago, mas ao mesmo tempo frio e cortante como navalha, na sua mão esquerda estava um como com whisky puro.
Foi quanto você me olhou, nos meus olhos... outras pessoas desviariam o olhar, era assustador, negro e implacável como a morte... eu olhei de volta... a morte não me assustava mais, não mais.
Você viu isso.
Você notou o desprezo pela vida, pelo perigo...
E você achou isso interessante.



terça-feira, 23 de janeiro de 2018


Sentei no refeitório da faculdade, o lanche sem graça de peito de peru provavelmente não iria matar minha fome.. mas abstrai Rave, abstrai, afinal não queria perder peso?!

Eu estava de mangas longas mesmo naquele calor infernal, minhas cicatrizes estavam avermelhadas, culpa do produto de limpeza que tinha usado no dia anterior para limpar a casa, eu não gostava delas, elas me lembravam ele, me lembravam o quanto louca eu podia ser.

O livro de Platão já estava na metade, havia lido rápido, gostava disso..

Foi quando ele entrou, o outro "ele", o atual ele, aquele presente em meus sonhos lascivos e imaginários. Ela estava andando junto com ele, a mulher que qualquer uma gostaria de ser, sim, muitas vezes pensamos que a grama do vizinho é mais verde, mas ninguém sabia realmente o que havia abaixo dela.

Ela estava rindo, era linda, quando passaram por mim ela me encarou de relance e por um instante a vi vacilar, olhar para mim a fazia lembrar dele, o outro, aquele do passado, e lembrar dele para ela, era uma tortura. Ela respirou fundo e disfarçou, eu simplesmente me resignei ao meu livro e meu simples sanduíche.

O sinal estava para tocar quando me levantei, a desastrada que sempre caminha com os pés tão longe da cabeça que sempre está nas nuvens não notou ele cruzar seu caminho.
E em um piscar de olhos.. os livros estavam esparramados pelo chão, respirei fundo preste a xingar quando o notei, seus olhos negros puxados, presentes de sua descendência oriental me encaravam surpresos e divertidos, e ela, bem ao seu lado me encarou com raiva e desdém.

Acredito que ela sabia sobre minha queda por ele... ela sorriu com cinismo me analisando de cima a baixo... ela com certeza sabia da minha queda por ele, seria a sua vingança sobre os problemas passados? Seria ele o objetivo de ambas já que ele lembrava aquele homem que arrasou com suas vidas mas eram doentes o bastante para não conseguir esquece-lo e ainda buscar por ele entre as pessoas da multidão?!

Enfim, não sei, é difícil pensar, pedi desculpas, ele disse "Tudo bem, não foi nada" e sorriu..
Eu bambeei..
Eu me virei... e sai o mais depressa possível dali, não podia deixar aquele sentimento ir longe demais... se fosse, o que aconteceria se o meu passado voltasse? 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018


Hoje eu não tive uma boa noite de sono, é a segunda vez que sonho com ele, deve ter sido por causa da noite passada quando o vi.
Eu estava sentada no bar sozinha tomando meu terceiro drink quando ele entrou pela porta, o encarei por um longo momento antes de voltar para a realidade, até parecia que o tempo estava em câmera lenta, me senti em um drama coreano bem naqueles momentos clichês que todo mundo ama.
O cabelo dele estava desarrumado, do tipo quando a pessoa corre no meio da chuva para pegar o ônibus, seu peito estava arfante, por um instante imaginei os botões daquela camisa preta se desprendendo o deixando exposto.

Talvez já estava na hora de eu parar de beber.

Talvez eu devesse continuar e quem sabe, arranjar coragem para chegar nele, foi então que eu lembrei que era covarde demais para fazer isso, mesmo estando bêbada.

Como sempre ele nem sequer me reparou, olhou para o balção do bar sorridente, ele conhecia o garçom de lá, pelo que pude observar eram amigos a muito tempo. O observei tomar uma caneca de chopp em dois goles e me perguntei porque será que ele estava tão sedento.

Ele despertava esses questionamentos dentro de mim, coisas irracionais, sem sentido.

E eu me alimentava dessa expectativa como um vampiro, a abstração da vida alheia me distraia.

Fui embora logo depois e para meu azar esbarrei com um dos amigos dele na entrada, tal situação terminou  comigo pedindo desculpas por ter derramado o vinho em sua blusa e ele me encarando com curiosidade do outro lado do bar enquanto observava a cena.

Saí apressada com o rosto em fogo, seu amigo não ficou bravo, apenas me acenou com a cabeça no clássico modo asiático. Corri em direção ao metrô antes que minhas pernas bambas pela a bebida travassem de vez e eu perdesse o rumo de casa.

Eu realmente queria que ele me notasse, porém odiava o fato de o querer tanto.

Encarei minhas mão observando as marcas em cada uma delas rente ao pulso, já fui julgada tantas vezes por te-las, alguns me encaram com um misto de dó, outros de desprezo e pela minha família, desapontamento.. mas ninguém sabe.. ninguém nunca vai saber o que é se apaixonar pelo próprio diabo...

terça-feira, 16 de janeiro de 2018


Sumi...
Sabe tenho essa péssima mania, quando vejo que estou caindo, cansada ou simplesmente puta, me isolo.
Na verdade, pensando bem, e uma boa coisa, porque acredite meu bem, você não vai querer estar ao meu lado quando eu tiver um desses acessos.
Nestas semanas de reflexão  e pura procrastinação me deparei rindo de algumas frases de auto-ajuda de pessoas famosas em seus lares perfeitos e corpos esculturais onde vivem a mostrar o quão realizados são, incólumes de quaisquer defeitos, afinal, mostrar a sua persona real hoje em dia não é algo bem aceito por nossa digníssima sociedade.
Calma corvinhos, não estou criticando desta forma descontrolada e invejosa que muitos fazem hoje em dia, estou apenas levantando uma questão que não queremos encarar..
Vivemos em um mundo fake..
Vivemos em relacionamentos fake...
Vivemos de imagens irreais, de sonhos implantados, de necessidades fúteis..

Foi então que me deparei com a palavra Resiliência e comecei a rir..

Desculpem meu cinismo, mas por já ter visto demais sei que ela já perdeu seu significado, assim como o eu te amo dado para apenas uma noite de transa...

Resiliência, na minha opinião, é deixar de ser, de ser tudo, sempre acima, sempre mais..
Resiliência é ser equilíbrio, e o seu yin e yang, é ser menos, ser pequeno porém saber lidar com isso, é ser grande, e sempre mais, porém não ser envenenado por isso...
Resiliência não é esconder todo aquele medo e frustração atras de um falso sorriso e uma foto estonteante...
Resiliência não é fugir, fingir, contornar, guardar muito menos esconder... é lidar, lidar com a realidade, com você mesmo, com um mundo ao seu redor, porém não se deixar por ele ser levado.

Estamos tão desesperados em Ser, ser alguém desejável para que o outro possa te amar...
Ser bem sucedido para que o outro possa ver..
Ser bonito para que o outro o admire...
Ser.. ser e ser...
Talvez devemos simplesmente deixar de ser aquilo pelo qual acredita que o fará feliz, e passar a ser aquilo que lhe traz a efetiva felicidade e realização... não pelos olhos de outro, mas pelo seu.

E então nesse intrincado pensamento lembro-me de certas palavras que ouvi aos 14 anos e que continuaram na minha mente me alertando... 
Pane no sistema, alguém me desconfigurou

Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, sim senhor, não senhor, sim senhor


Saudações a Pitty, minha eterna musa!!
Desejo a todos boas vibrações, é que os deuses lhe guiem pelo caminho.

terça-feira, 24 de outubro de 2017


Acho que ultimamente estou sendo muito pessimista, sabe quero tentar manter a cabeça no lugar e dizer para mim mesma que tudo vai ficar bem, 30 segundos depois lembro de como as coisas estão, ai piro de vez, xingo o mundo e o universo e tenho vontade de pegar a primeira coisa na minha frente e usar como arma a fim de eliminar efetivamente algumas pessoas que estão cadastradas no meu Death Note imaginário.

Dizem que Deus não dá assas a cobra, talvez agora eu entendo o porquê.

Como dizia tio Ben, "com grandes poderes vem grandes responsabilidades".

E caso você querido leitor não entendeu as referências maravilhosas que foram citadas aqui digo: vá se f@#$&*... vivemos em pleno século 21 querido já tá na hora de sair da caverna.

Desculpa, não quero desrespeitar ninguém, mas que se foda, eu posso falar algumas merdas de vez em quando não??!

Não, antes que perguntem, não estou de TPM, só estou frustrada, ontem encontrei com o mês ex no busão, sabe, foi aquela coisa desagradável que me trouxe mais lembranças desagradáveis e me fez questionar como eu desperdicei tanto tempo da minha vida com aquilo... vai lá saber, talvez eu tenha fumado um baseado quando eu o conheci.
Definitivamente foi um momento nada legal, e madura como sou, voltei meus olhos para a tela do celular e continuei assistindo How To Get Away With a Murder enquanto a praga passava do meu lado silenciosamente. Provável que ainda este ano eu precise de uma advogada como a Annalise.

Só não digo que cheguei em casa e peguei o boneco de voodo porque ainda tenho medo desses bagulhos, ainda, afinal o lado negro da força sempre é mais apetitoso.

Assim que desci do ônibus passei na mercearia/bar/boteco perto da minha casa, peguei uma lata de cerveja, aumentei o volume ao máximo do fone de ouvido e selecionei uma batida bem louca do G-Dragon, ah.. aquele cara me faz ter orgasmos musicais.

Olhei meu whats mais uma vez antes de dormir na esperança de que certa pessoa me mandassem uma mensagem, mas nada. Então me senti uma idiota, não paciência para whats mas fico esperando desesperadamente uma mensagem, as vezes não queremos um namorado(a) etc, queremos ter apenas companhia, principalmente quando o dia está chuvoso e você se sente sozinha.
Mas o fato é que as pessoas não são descartáveis, assim você tem que escolher, ser livre ou ter um companheiro.

Confesso que ainda não tenho essa maturidade.

Minha cabeça estava zonza quando cheguei em casa, tomei um banho e fui direto para cama desejando que mais uma pessoa estivesse ali.

Follow Us @maybeillgotohell